Nos anos 60, um grupo de pessoas liderados pelo Prof. de capoeira Orlando Cordeiro, praticava este esporte, na época o principal aluno era José Rebouças Azevedo, devido às dificuldades da época e a falta de espaço para a prática da capoeira muitas vezes as aulas eram ministradas na beira do açude Juracy Magalhães. Em 1972, foi alugada uma casa na Av. Brigadeiro Eduardo Gomes, onde foi aberta uma academia com o nome de CECUFI (Centro de Educação Física de Itaberaba). José Rebouças dava aulas de capoeira e Adenor Lima, que também já praticava capoeira, dava aulas de halterofilismo hoje conhecido como musculação.
Nos anos 70 o Karatê passou a ter uma procura muito grande devido aos filmes que eram mostrados no cinema, passando inclusive um lado que não é verdadeiro no Karatê-Dô, que é a violência e a ficção. Motivados por um grupo de Karatecas liderados pelo saudoso mestre Denílson Caribé (patrono do Karate brasileiro), que fizera uma apresentação no Clube Social de Itaberaba Adenor, que em Feira de Santana, conheceu o Prof. Ari Pina Duarte, convidou-o para fazer uma apresentação deste esporte em Itaberaba esta apresentação aconteceu no Humaitá Esporte Clube.
Após a demonstração ficou acertada a vinda do Prof. Ari para dar aulas de Karatê em Itaberaba. O primeiro exame de faixa em Itaberaba aconteceu no Clube Social com 41 alunos inscritos. O prof. Rebouças conta que ficou tão nervoso que começou o Pinhan Shodan, para o lado direito, quando na realidade a saída deste Kata é para o lado esquerdo. Destes 41 atletas que fizeram exame só continua praticando o Karatê-Dô até hoje o sensei José Rebouças, atualmente faixa preta 6º Dan e instrutor chefe da ASKADOI (Associação de Karatê-Dô de Itaberaba). Com o passar do tempo o número de alunos caiu e o Prof. Ari, já não vinha mais dar aulas e enviava para tal alguns dos seus alunos mais experientes. Muitas vezes o Prof. Rebouças levava alguns desses para dormirem em sua casa, pois o dinheiro era pouco e não dava para pagar hotel.
Não tendo condições de vir mais ninguém de Feira de Santana para Itaberaba, José Rebouças começou, com muita dificuldade, a ir para Feira de Santana a fim de treinar. Por muitas vezes dormiu no ponto de apoio de Milagres esperando carro para chegar em Itaberaba. Quando Rebouças conquistou a faixa marrom passou a dar aulas para um pequeno grupo de pessoas, hoje faixas pretas a exemplo de Samuel Souza, Manoel José dos Santos, Nelson Lopes, Romeu, Hermínio Félix e Adenor. Para manter a academia em Itaberaba, foi aberto um Dojô em Wagner, mas a dificuldade era muito grande, muitas vezes Rebouças viajou em cima de caminhão pegando carona, pois não tinha na época transporte direto. Quando Rebouças ia para Santos-SP treinar com o Mestre Shinzato na União Shorin-Ryu Karatê Dô Brasil, Samuel Oliveira o substituía. Em 1978, José Rebouças prestou exame para faixa preta na União Shorin-Ryu em Santos-SP, juntamente com outros alunos do Prof. Ari, sendo o único a ser aprovado naquela oportunidade. Depois Adenor e Manoel prestaram exame e conquistaram também a faixa preta. Como a Associação Pina de Karatê-Dô não era filiada Federação Baiana de Karatê e a Federação Baiana não aceitava o diploma da União Shorin-Ryu, a faixa preta não era reconhecida, e quando José Rebouças tomou conhecimento disto, começou junto com o Sensei Renato Pereira, instrutor chefe da Associação Atlética Feirense, a lutar pela filiação junto a Federação Baiana de Karatê (FBK).
Até então a FBK só tinha no seu quadro de filiados academias do estilo Shotokan e não foi fácil para os professores José Rebouças e Renato Pereira conseguirem filiar seus clubes já que praticavam o estilo Shorin-Ryu que era desconhecido na época. Estes professores tiveram que demonstrar muita paciência e persistência, por muitas vezes Rebouças e Renato, foram ignorados quando chegavam à sede da ASKABA para tratar junto ao Prof. Denílson e o presidente da FBK na época Fauzi Abdala João sobre a filiação. Rebouças e Renato não desistiram até que a FBK aceitou a filiação de clubes do estilo Shorin-Ryu.
Com o nome de ASSOCIAÇÃO DE KARATÊ-DÔ DE ITABERABA, a ASKADOI foi organizada em 08/04/1979, mas somente foi reconhecida como filiada a FBK (Federação Baiana de Karatê) em 1983 quando foi recebido o ofício de nº 79/83 em 01 de agosto de 1983 e a partir deste momento a ASKADOI finalmente estava filiada oficialmente junto a FBK. A persistência dos professores José Rebouças Azevedo e Renato Pereira, abriu caminho para outros Clubes do estilo Shorin-Ryu filiarem-se a FBK, hoje existem escolas e praticantes do estilo Shorin em diversas cidades do nosso estado a exemplo de Feira de Santana, Associação Atlética Feirense (Prof. Renato Pereira) Instituto Panthers de Artes Marciais (Prof. Reginaldo Tadeu), Eunápolis (Prof. Bolívar, Citon e Ruy), Itamaraju (Prof. Eziro Vieira), Porto Seguro, Terra Mater do Prof. Carlos Vieira além do clube do Prof. Santiago em Teixeira de Freitas.
A ASKADOI levou Karatê a várias cidades da Chapada Diamantina a exemplo de Iaçu, Ruy Barbosa, Utinga, Wagner e Seabra. Hoje o Karatê de Itaberaba é conhecido no Brasil inteiro devido ao Bi Campeonato brasileiro individual conquistado pelo atleta CLEUBER CARNEIRO AZEVEDO 1995/1996 (em Maceió-AL e Natal-RN) e do Prof. José Antônio que junto com seu irmão Cleuber Azevedo integraram a Seleção Baiana de Kumitê que conquistou o último título nacional de Kumitê por equipe conquistado pela Bahia no ano de 1997 na cidade de Curitiba-PR. O Karatê da ASKADOI ultrapassou fronteiras e superou dificuldades e passou a ser conhecido também internacionalmente, devido à participação do atleta Cleuber Carneiro Azevedo, na Copa do Mundo em Frankfurt -Alemanha em 1995 (WKF) e no Campeonato Mundial de Karatê em 1996 (WKF) em Sun City África do Sul além dos títulos mundiais de Karatê Shorin-Ryu conquistados por José Antonio Carneiro Azevedo e Cleuber Carneiro Azevedo em Atlanta-EUA em 2001. Os dois irmãos, filhos do Sensei José Rebouças, tiveram o privilégio de representarem o Brasil e a União Shorin-Ryu Karatê-Dô Brasil nos Jogos Mundiais de Karatê Shorin_Ryu em Okinawa- Japão, berço do Karatê Mundial, viajando ao lado do grande Mestre Yoshihide Shinzato 10º Dan, tendo a oportunidade de treinar com o Mestre Katsuya Miyahira (10º Dan) na sua academia em Okinawa.
Mais recentemente atletas da ASKADOI voltaram a conquistar títulos nacionais a exemplo de Samuel Azevedo, filho do professor Cleuber Azevedo, que sagrou-se campeão brasileiro junior em 2023 e vice campeão brasileiro sub 21 em 2024, Davi Azevedo, campeão brasileiro cadete por equipe em 2023, Júlio Neto campeão brasileiro master, vice campeão brasileiro por equipe master em 2024 e Erbeson Brito campeão brasileiro master por equipe em 2024.
Ao longo da história da ASKADOI mais de 1.000 alunos já passaram pelo DOJÔ e muitos desses alunos hoje testemunham que os princípios e a filosofia da ASKADOI, de formar o cidadão para ser útil a sociedade os ajudaram na jornada da vida. O atual Presidente da ASKADOI é o prof. Edvando Cerqueira, faixa preta 3º Dan, que é um dos remanescentes das gerações anteriores de alunos, e está sempre presente na academia, vestindo Karatê-Gi e tem contribuído de forma importante para o desenvolvimento da academia

A IMPORTÂNCIA DO GRÃO MESTRE YOSHIHIDE SHINZATO PARA A ASKADOI
Um casa ou edifício não se mantêm erguida se não tiver um bom fundamento, alicerces firmes que venham a sustentar a sua edificação são de suma importância. As constantes viagens a Santos, primeiramente pelo Sensei José Rebouças Azevedo e depois pelos demais professores da ASKADOI, a fim de treinar com o Mestre Yoshihide Shinzato, deram as bases para que o Karatê de Itaberaba fizesse nesse ano de 2020, 45 anos de existência dando ao longo do tempo muitos frutos. O Sensei José Rebouças, sempre procurou passar para seus alunos os ensinamentos que aprendeu com o Mestre Shinzato, baseado no Doju Kun e filosofia do Karateca da escola Shorin-Ryu Shin Shu Kan: Alegria, responsabilidade, esforço, cortesia, sinceridade, paciência, sociabilidade, contendo sempre o Espírito de Agressão. O Karatê cada vez mais tem sido visto como esporte, mas nós da ASKADOI procuramos manter o equilíbrio, valorizamos a esportividade do Karatê sem esquecer o BUDÔ e a marcialidade, nunca esquecendo que o Karatê procura formar homens e mulheres que venha a ser útil a sociedade.
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|